BOA ALDEIA Um projecto para o futuro

Vamos trocar ideias, conceitos e movimentos em prol da terra que nos viu nascer.

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Falar de nós:

Deixe aqui o seu comentário sobre o que pensa da nossa aldeia!

3 Comentários:

Blogger Lourenço disse...

É sempre muito agradável poder visitar uma "folha" que alguém decidiu colocar neste mar electronico para que, todos nós que andamos longe (mas não ausentes) da terra que nos viu nascer, possamos matar saudades e olhar a beleza da paisagem e podermos tambem recordar as pessoas que ficaram! E para podermos, tambem, apreciar a evolução, ou não, de tão linda aldeia. E cabe-nos a nós,que "andamos por fora", fazer com que a nossa terra seja conhecida pelas coisas boas ou não seja ela Boa Aldeia!E coisas boas não devem faltar mas outras poderiam ou podem ser bem mais aproveitadas e melhoradas ou até melhor defendidas! Mas naõ foi isso que fez com que aqui viesse comentar e "fazer umas letras" mas sim deixar aqui um alento a todos os Boaldeenses que têm "jêto para a coisa" continuarem a construir umas paginas neste mundo grande para que todos possamos dar vida mais viva ao que de bom se faz e fará na nossa aldeia. Vamos dar voz...
Um abraço!

22 de abril de 2009 às 21:13  
Blogger Boa Aldeia - Um projecto para o futuro disse...

Finalmente...,
finalmente, alguém aparece a comentar nesta nossa página!
Página esta que pretende ser uma porta aberta para o interior da nossa Aldeia e do que nos vai na alma.
Desde já, envio os nossos fraternos cumprimentos para o amigo e conterrâneo Mário Lourenço, que, ausente da nossa terra, labora no centro do imenso Atlântico, concretamente nos Açores. Faço votos para que seja breve o seu regresso à capital da Beira Alta e venha a ser uma presença e uma mais valia na Aldeia que nos viu nascer.
Falando agora de presenças, é um facto que uma aldeia, uma vila ou uma cidade, vale pelas pessoas que nela habitam, trabalham ou por ela se passeiam nas tardes de fim de semana e principalmente pelo valor dos seus timoneiros, sejam eles autarcas, agentes associativos ou simplesmente agentes empresariais. Com efeito, ao "olharmos" atentamente para o trajecto dos últimos anos, verificamos que temos uma Aldeia moribunda, onde a renovação das gerações fica muito aquém do que desejariamos. Nem a grande obra realizada nos últimos anos irá sobreviver a esta realidade, para alguns a "galinha dos ovos de ouro", para outros um problema onde se cruzam interesses de diversa ordem. É certo que falamos do Centro Social, obra de inegável valor, que se a memória não nos falha surgiu da vontade e da "insistência" de meia dúzia de conterrâneos que no início dos anos noventa do século passado alcançaram essa necessidade e tudo fizeram para que a mesma fosse uma realidade. Alguns...pessoas polémicas...é certo, mas também é certo que todos eles se afastaram, fazendo quase parecer um tal Che que perante a oferta da cadeira do poder preferiu juntar-se aos que com ele partilhavam um ideal de mudança!
É isso que volta a ser necessário na nossa terra, é necessário fazer regressar as pessoas, os "filhos da terra", os descontentes, os empreendedores, os decepcionados, pessoas com ideias de mudança, todos seremos úteis, em suma é necessário um ideal revolucionário.
Com um abraço faterno...

9 de junho de 2009 às 04:02  
Blogger Unknown disse...

"Diz-me onde moras...


Um dos grandes problemas da nossa sociedade é o trauma da morada. Por exemplo. Há uns anos, um grande amigo meu, que morava em Sete Rios, comprou um andar em Carnaxide. Fica pertíssimo de Lisboa, é agradável, tem árvores e cafés. Só tinha um problema. Era em Carnaxide. Nunca mais ninguém o viu.

Para quem vive em Lisboa, tinha emigrado para a Mauritânia! Acontece o mesmo com todos os sítios acabados em -ide, como Carnide e Moscavide. Rimam com Tide e com Pide e as pessoas não lhes ligam pevide. Um palácio com sessenta quartos em Carnide é sempre mais traumático do que umas águas-furtadas em Cascais. É a injustiça do endereço. Está-se numa festa e as pessoas perguntam, por boa educação ou por curiosidade, onde é que vivemos. O tamanho e a arquitectura da casa não interessam. Mas morre imediatamente quem disser que mora em Massamá, Brandoa, Cumeada, Agualva-Cacém, Abuxarda, Alformelos, Murtosa, Angeja… ou em qualquer outro sítio que soe à toponímia de Angola. Para não falar na Cova da Piedade, na Coina, no Fogueteiro e na Cruz de Pau. (...) Ao ler os nomes de alguns sítios – Penedo, Magoito, Porrais, Venda das Raparigas, compreende-se porque é que Portugal não está preparado para entrar na CEE.

De facto, com sítios chamados Finca Joelhos (concelho de Avis) e Deixa o Resto (Santiago do Cacém), como é que a Europa nos vai querer integrar?
Compreende-se logo que o trauma de viver na Damaia ou na Reboleira não é nada comparado com certos nomes portugueses. Imagine-se o impacte de dizer "Eu sou da Margalha" (Gavião) no meio de um jantar. Veja-se a cena num chá dançante em que um rapaz pergunta delicadamente "E a menina de onde é?", e a menina diz: "Eu sou da Fonte da Rata" (Espinho).
E suponhamos que, para aliviar, o senhor prossiga, perguntando "E onde mora, presentemente?", só para ouvir dizer que a senhora habita na Herdade da Chouriça (Estremoz).

É terrível. O que não será o choque psicológico da criança que acorda, logo depois do parto, para verificar que acaba de nascer na localidade de Vergão Fundeiro? Vergão Fundeiro, que fica no concelho de Proença-a-Nova, parece o nome de uma versão transmontana do Garganta Funda. Aliás, que se pode dizer de um país que conta não com uma Vergadela (em Braga), mas com duas, contando com a Vergadela de Santo Tirso? Será ou não exagerado relatar a existência, no concelho de Arouca, de uma Vergadelas? É evidente, na nossa cultura, que existe o trauma da "terra". Ninguém é do Porto ou de Lisboa.

Toda a gente é de outra terra qualquer. Geralmente, como veremos, a nossa terra tem um nome profundamente embaraçante, daqueles que fazem apetecer mentir. Qualquer bilhete de identidade fica comprometido pela indicação de naturalidade que reze Fonte do Bebe e Vai-te (Oliveira do bairro). É absolutamente impossível explicar este acidente da natureza a amigos estrangeiros ("I am from the Fountain of Drink and GoAway...").

Apresente-se no aeroporto com o cartão de desembarque a denunciá-lo como sendo originário de Filha Boa. Verá que não é bem atendido.(...) Não há limites. Há até um lugar chamado Cabrão, no concelho de Ponte de Lima.
Urge proceder à renomeação de todos estes apeadeiros. Há que dar-lhes nomes
civilizados e europeus, ou então parecidos com os nomes dos restaurantes giraços, tipo Não Sei, A Mousse é Caseira, ou Vai Mais um Rissól.(...)
Também deve ser difícil arranjar outro país onde se possa fazer um percurso
que vá da Fome Aguda à Carne Assada (Sintra) passando pelo Corte Pão e Água
(Mértola), sem passar por Poriço (Vila Verde), e acabando a comprar rebuçados em Bombom do "Bogadouro"¹, (Amarante), depois de ter parado parafazer um chi-chi em Alçaperna (Lousã).



¹ - Bogadouro é o Mogadouro quando se está constipado!!!

(Miguel Esteves Cardoso)"

Que me desculpem os naturais e residentes de Boa Aldeia. Desculpem-me a ousadia de vir a este blogue comentar,mas não resisti:lembrei-me do texto de Miguel Esteves Cardoso que aqui vos deixo.Se eu tivesse nascido num lugar chamado "Boa Aldeia" teria muito orgulho.Certamente.

1 de julho de 2009 às 22:27  

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